Na coluna da semana passada escrevi que o governador Carlos
Moisés (sem partido) estaria em Caçador nesta semana, em agenda organizada pelo
deputado Valdir Cobalchini (MDB). A visita ocorreu na quinta-feira (25), não
apenas a Caçador, mas a outros municípios da região. Depois de passar dois anos escondido e se defendendo de
processos de impeachment, Moisés anda por Santa Catarina com o cofre do Tesouro
do Estado cheio de dinheiro distribuindo obras de interesse regionais e grana
direta aos cofres dos municípios. Agrada, na mesma tacada, deputados estaduais
que formam a sua base e prefeitos, que podem ser seus cabos eleitorais em 2022. Raimundo Colombo, em 2013, criou o Fundam, que levou
dinheiro a todos os municípios do Estado. Através de uma grana que Santa
Catarina tomou emprestado no BNDS ele fez a festa de deputados estaduais e
prefeitos. Por onde passava era aclamado. Essa ação lhe garantiu, em 2014, a
reeleição em primeiro turno. Em 2017 ele anunciou a mesma coisa, só que faltou
dinheiro e não cumpriu. Ficou no caminho em 2018 na eleição para senador. Alguns fatores diferenciam o Raimundo Colombo de 2013 para o
Carlos Moisés de 2020. Colombo tinha uma forte base partidária consolidada. Seu
partido, o PSD, possuía a segunda bancada da Alesc. E ele ainda tinha na manga
o MDB, maior bancada, o Progressistas e o PSDB, além de alguns nanicos. Moisés
tem sustentação na Alesc, mas não tem a garantia de apoio desses partidos.
Aliás, até agora nem partido tem. Colombo não tinha sobre si uma acusação de desvio de R$ 33
milhões na compra de respiradores que não apareceram. Situação que insiste em
surgir no caminho do governador diariamente. Mas, não há dúvida que com ações administrativas e
percorrendo o Estado, ele pode popularizar seu nome e viabilizar sua
candidatura à reeleição. O que hoje não está distante. Se essa candidatura se
concretizar, os partidos unir-se-ão a ela e poderão transformá-la em vitoriosa.
A difícil decisão do
MDB O MDB tem três pré-candidatos ao Governo do Estado: Celso
Maldaner, Dario Berger e Antídio Lunelli. Na agenda do partido está a
realização de uma prévia em fevereiro de 2022. Na próxima semana, a executiva
se reunirá em Florianópolis, e o presidente Celso Maldaner deverá sugerir uma
data para que os três entrem num acordo e indiquem um nome. Maldaner, com toda sua experiência, sabe que quanto mais
tempo demorar em ter candidato, mais cresce o amor da bancada estadual pelo governador
Carlos Moisés. E maiores serão as chances do maior partido do Estado ter de
abraçar a reeleição do bombeiro aposentado. A relação da bancada estadual do MDB é de lua de mel. O
exemplo pode ser visto nessa semana com a passagem do governador por Caçador e
região. Deputado Valdir Cobalchini, que organizou a agenda, é o líder da
bancada na Alesc. Sempre que perguntado, faz coro com Celso Maldaner ao
defender a candidatura própria no MDB. Mas também não esconde o desejo de que
essa candidatura possa ser liderada por Carlos Moisés. Os próximos passos dos emedebistas serão decisivos. Ou
caminham para a escolha do candidato e colocam a pré-campanha na rua, ou
inevitavelmente formarão conjunto com o governador em seu projeto de reeleição.
Premiada A jornalista Juciele Marta Baldissarelli, a quem devo o
convite para voltar a escrever na imprensa caçadorense, é a merecedora de todos
os parabéns pela sua carreira vitoriosa na profissão. Já foi a ganhadora do
Prêmio Fatma de Jornalismo e agora recebe o Prêmio Fiesc, com a reportagem de
rádio sobre o apagão de mão de obra em Santa Catarina. É muito bom ver alguém de Caçador ou região vencendo prêmios
de jornalismo entre os grandes veículos do Estado, com suas estruturas e pompas.